Dentre os 365 dias do ano, o “21/03” foi inteligentemente escolhido porque a Síndrome de Down é uma alteração genética no cromossomo “21”, que deve ser formado por um par, mas no caso das pessoas com a síndrome, aparece com “3” exemplares (trissomia). A ideia surgiu na Down Syndrome Internacional, na pessoa do geneticista da Universidade de Genebra, Stylianos E. Antonorakis, e foi referendada pela Organização das Nações Unidas em seu calendário oficial. (Movimento Down)
Particularmente, a Síndrome de Down é muito importante para mim. O primo do meu pai tem Síndrome de Down, sempre convivi com este tema na família e ele foi um dos poucos que vi desenvolverem tantas habilidades em uma época tão preconceituosa. Hoje, ele tem mais de 60 anos (não sei a idade certa nem do meu pai rsrs)... por muitos anos cuidou de irmãos, tios, mãe, sobrinhas. Nunca fez terapias, mas foi tratado na família como uma pessoa sem diferenças. Não teve estudos, mas convenhamos que na época já era algo difícil. E por esta história que desde pequena eu dizia que queria ser Pediatra para cuidar de Crianças com Síndrome de Down.... cheguei no vestibular, não passei para medicina, mas conheci a terapia ocupacional ali, preenchendo a ficha de inscrição da PUCCAMP para medicina, e ali vi que poderia ajudar estas crianças, tanto quanto o médico, mas de formas diferentes..... e me apaixonei.... e ia fazer da forma que mais me dá prazer: através do lúdico, do artesanato, da vida cotidiana, ao invés de medicamentos, injeções e etc.
Paixão a primeira vista pela profissão!!!!! Após 4 anos me formei! Primeiro emprego: APAE na cidade que moro hoje, referencia em Síndrome de Down!!! Aprendi muito sobre muitas crianças, familias, patologias, mas sobre Síndrome de Down foi uma universidade cotidiana! Cheguei a atender bebezinhos com 15 dias de vida! Acolher famílias no luto do diagnostico! Vi bebês molinhos começarem a sentar, engatinhar andar!!!! Comerem sozinhos!!!!!! Orientar aos pais que tinham que dar limites, colocar regras, dar broncas pois as crianças tinham sindrome de Down sim, mas são crianças!!! Que precisavam ir à escola pois criança aprende com modelo e nada melhor que o modelo de outra criança!
Trabalhei 7 anos na APAE.... há 5 anos saí para seguir outros desafios. Neste período, atendi alguns adultos institucionalizados com a Síndrome, que não tiveram oportunidades de terapias, escola, mas que recebiam muito amor! Que desenvolveram habilidades, e que já estava ficando idosos e em fase, como qualquer idoso, de perder algumas potencialidades. Atualmente, em meu consultorio, a possibilidade de retornar aos atendimentos de quem foi meu objetivo de vida! Atender crianças com síndrome de Down e ajuda-las a alcançar autonomia, independencia, aprender e desenvolver. Sim AJUDAR, pois eles tem estas capacidades, nós precisamos é permitir que eles experimentem, errem, acertem e orientemos os melhores caminhos quando necessário!!!!
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